quinta-feira, 15 de abril de 2010

Memórias de um Palhaço sem história.

Pronto, acabou a tranqüilidade de uma noite de sono, o despertador começa a tocar cedo demais para mim, mas, afinal, quem programou a hora do despertador, acaso não fui eu? acho que essa sim é a eterna briga com tal aparelho...somos nós que programamos, e nós reclamamos "dele".

Mas hoje resolvi fazer diferente, porque todos os dias, essa minha briga chega a durar 15, 30 minutos até uma hora, e minha única arma é o inseparável botão "soneca". Acordo apressado, saio de casa mais apressado ainda. Brigo com todos os motoristas, pedestres e semáforos fechados que encontro pelo caminho. No metro, culpo todo o sistema, mesmo sem saber quem é o sistema...
 
Enfim, chego ao trabalho na hora, exausto mentalmente, com o psicológico já acelerado e o stress já em níveis altíssimos, aliás, segue aqui uma dica, se alguém inventar um aparelho para medir stress semelhante aqueles aparelhos portáteis que medimos diabetes, essa pessoa seria milionária e conhecida mundialmente, pois quanta culpa tem o stress heim...
 
Mas como disse, resolvi fazer diferente, acordei exatamente na hora, sem muita vontade, fiquei pronto para ir ao serviço, tamanho tempo extra, tive tempo de sentar na mesa da cozinha, esquentar o café, preparar um lanche e comer saboreando cada gole e cada mordida, assim, sem pensar em nada. Saí de casa sem aquela famosa pressa, e pude ouvir coisas que jamais tinha prestado atenção na cidade, aliás, na minha rua!!! pude ouvir o vento passando pela rua, os pássaros ruas atrás cantando, um carro se aproximando lentamente de alguma rua adjacente a minha. No coletivo, pude perceber quantas pessoas poderiam estar com a mesma pressa que eu tinha, empurrando os outros, estando sempre apressados.
 
Pude reparar na magnitude de uma estação de metro. Você já reparou no tamanho, na estrutura, na construção dessas estações?? Sempre cobramos o governo para que façam mais e mais km de linhas de metro, e nem prestamos atenção nas estações. E as obras de arte, poesias, quadros, historia do bairro em que está, que existem em quase todas as estações, você já reparou??
Eles tentam nos dar cultura de alguma forma...mas sempre a negamos e culpamos o sistema do governo pela falta de cultura, que gera violência e por aí vai, mas pergunto novamente, que sistema?
 
Hoje experimentei um dia diferente, comecei a reparar em como tudo está interligado, reparar no fluxo dos carros, das pessoas, nas árvores alinhadas no canteiro central de uma avenida.

Espero amanhã ser novamente assim porque no final das contas...
Gostei.

Escrito por Anthony,
Um Palhaço Sem História.